Luto é uma reação natural e esperada, sempre que houver rompimento de um vínculo. Na verdade, a morte e até mesmo a separação desorganiza o psiquismo, á é uma ruptura.
Uma das coisas que contribui para a complicação no processo de luto, conforme vimos no artigo anterior, é a negação ou repressão da dor. Negar a perda só piora o sofrimento e sua elaboração.
A dor passa por diferentes fases. Inicialmente há um sentimento de impotência e fracasso, acompanhado da sensação de irrealidade, parece que não é verdade.
As ideias aqui são confusas e a tendência é a pessoa falar demais ou então se calar. O foco do pensamento se encontra totalmente direcionado para aquela pessoa que foi embora. É como se o mundo tivesse parado. É comum sonhar com o tema, desejar olhar fotos, ver objetos que fazem lembrar a pessoa, tocar as roupas.
Algumas pessoas chegam ate a ouvir a voz daquele que se foi. Sentimentos de culpa, medo, desamparo, vazio, raiva, tristeza, amargura e solidão se misturam.
Diante da revolta que se sente, há a tendência de se culpar ou responsabilizar alguém pelo ocorrido.
A angústia insuportável parecesse necessitar de uma explicação para dar sentido ao fato. Há os que acusam Deus, o médico, a si mesmos ou algum elemento da família, através de suas manifestações de protesto.
As reações físicas provocadas pelo luto incluem dificuldade para dormir, perda de apetite, insônia, lentidão, perda de energia e fadiga.
As relações sociais também são afetadas e aparece o desejo de isolamento. A comunicação tender a rarear.
Compreender as atitudes esperadas dos enlutados, pode ajudar àqueles que com eles convivem, já que estas costumam respeitar certa sequência.
Primeiro, vem o choque. A pessoa fica como que atordoada com o que aconteceu. E em seguida, vem a negação. É como se ela não quisesse acreditar no ocorrido. Finalmente, a pessoas se dá conta da sua dor e fica deprimida.
Embora haja um complexo de pensamentos e sentimentos que são experimentados, não é possível falar de uma sequência rígida.
Muitas vezes as fases se misturam. As emoções se seguem umas às outras, e podem estar presentes ao mesmo tempo.
O luto é também uma experiência pessoal, e cada um o vive de acordo com sua subjetividade.
Temos que considerar também as "recaídas" provocadas por certas datas, encontros, cheiros, situações e lugares que despertam a "memória afetiva".
Nesses momentos em que a ausência é marcada, a pessoa se dá conta da realidade da perda de forma mais dolorosa. O que foi negado, ao invés de diminuir o mal-estar e a angústia, acaba potencializando o sofrimento e paralisando a vida. Nesse caso, é necessário a busca de um profissional.
Quando os sintomas do luto (físicos ou emocionais) persistem é provável que a pessoa não passou pelas etapas que conduzem à superação da perda.
Durante um tratamento psicanalítico, tudo que foi afastado da consciência virá à tona, à medida quem que a pessoa fala. Quando o que estava encoberto (ou mal digerido) vem à luz é possível construir uma representação psíquica daquele que ela perdeu e de si mesma, sem o laço que a unia ao outro.
Reconhecer, recolher, reviver falar das experiências tidas com o que partiu, é fundamental para superar o processo de luto e ultrapassá-lo.
Edázima Aidar é psicanilista e escreve para a Gazeta de Piracicaba
Uma das coisas que contribui para a complicação no processo de luto, conforme vimos no artigo anterior, é a negação ou repressão da dor. Negar a perda só piora o sofrimento e sua elaboração.
A dor passa por diferentes fases. Inicialmente há um sentimento de impotência e fracasso, acompanhado da sensação de irrealidade, parece que não é verdade.
As ideias aqui são confusas e a tendência é a pessoa falar demais ou então se calar. O foco do pensamento se encontra totalmente direcionado para aquela pessoa que foi embora. É como se o mundo tivesse parado. É comum sonhar com o tema, desejar olhar fotos, ver objetos que fazem lembrar a pessoa, tocar as roupas.
Algumas pessoas chegam ate a ouvir a voz daquele que se foi. Sentimentos de culpa, medo, desamparo, vazio, raiva, tristeza, amargura e solidão se misturam.
Diante da revolta que se sente, há a tendência de se culpar ou responsabilizar alguém pelo ocorrido.
A angústia insuportável parecesse necessitar de uma explicação para dar sentido ao fato. Há os que acusam Deus, o médico, a si mesmos ou algum elemento da família, através de suas manifestações de protesto.
As reações físicas provocadas pelo luto incluem dificuldade para dormir, perda de apetite, insônia, lentidão, perda de energia e fadiga.
As relações sociais também são afetadas e aparece o desejo de isolamento. A comunicação tender a rarear.
Compreender as atitudes esperadas dos enlutados, pode ajudar àqueles que com eles convivem, já que estas costumam respeitar certa sequência.
Primeiro, vem o choque. A pessoa fica como que atordoada com o que aconteceu. E em seguida, vem a negação. É como se ela não quisesse acreditar no ocorrido. Finalmente, a pessoas se dá conta da sua dor e fica deprimida.
Embora haja um complexo de pensamentos e sentimentos que são experimentados, não é possível falar de uma sequência rígida.
Muitas vezes as fases se misturam. As emoções se seguem umas às outras, e podem estar presentes ao mesmo tempo.
O luto é também uma experiência pessoal, e cada um o vive de acordo com sua subjetividade.
Temos que considerar também as "recaídas" provocadas por certas datas, encontros, cheiros, situações e lugares que despertam a "memória afetiva".
Nesses momentos em que a ausência é marcada, a pessoa se dá conta da realidade da perda de forma mais dolorosa. O que foi negado, ao invés de diminuir o mal-estar e a angústia, acaba potencializando o sofrimento e paralisando a vida. Nesse caso, é necessário a busca de um profissional.
Quando os sintomas do luto (físicos ou emocionais) persistem é provável que a pessoa não passou pelas etapas que conduzem à superação da perda.
Durante um tratamento psicanalítico, tudo que foi afastado da consciência virá à tona, à medida quem que a pessoa fala. Quando o que estava encoberto (ou mal digerido) vem à luz é possível construir uma representação psíquica daquele que ela perdeu e de si mesma, sem o laço que a unia ao outro.
Reconhecer, recolher, reviver falar das experiências tidas com o que partiu, é fundamental para superar o processo de luto e ultrapassá-lo.
Edázima Aidar é psicanilista e escreve para a Gazeta de Piracicaba
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